segunda-feira, 10 de junho de 2013

HOMENAGEM A PERSONALIDADES E ITAPETIM



Lusa Piancó Vilar 


Em agradecimento ao belíssimo artigo que escreveu por ocasião da Festa de São Pedro (ano 2000), o Padroeiro da minha cidade natal, cuja beleza e resgate da memória dos nossos antepassados é um presente valiosíssimo para todo itapetinense que ama seu torrão natal. Antes de ler o texto na íntegra, leia a beleza desse verso de Antônio Marinho, o Águia do Sertão" cantado na cidade Campina Grande em um Congresso de Cantadores em 1936, por ocasião de uma visita dos cantadores ao cemitério: 




"Deus te salve antepassados
 Que já foram como nós
Foi aqui que nossos pais
Pisaram nossos avós
Nós pisamos nossos pais
Nossos filhos pisam nós"


ITAPETIM DOS MEUS TEMPOS (histórias do nosso povo)


Autor: Professor Benone Lopes

 

Do: Jornal O Resumo (2000)


'Umburanas dos meu avós, dos descendentes de Amâncio Pereira, do Padre João Leite de batina preta. Umburanas dos "Babecos", Umburanas de Juvino Leite e de Antônio Nunes. Umburanas das antigas festas de São Pedro organizadas por comissões e encarregados que travavam lutas nas disputas pela vitória de sua barraca, cada um querendo fazer de sua candidata a Rainha Coroada da Festa.


Festa do meu tempo de menino, das barracas: Brasileira e Americana, Aviação e Marinha, Baiana e Cigana, Esperança e Saudade, Rubi e Esmeralda.


Festas dos encarregados: Sebastião Senhor, Antônio Correia, José Santos, João de Senhorinha, Antônio Piancó, Choco Santos, Geraldo Mariano, Miguel Costa, Otaviano Correia, Oliveiros Albuquerque, Aderbal Rêgo, Adalberto Rêgo (Tim), e tantos outros comerciantes e agricultores que se dedicavam durante todo o mês de junho ao trabalho da festa de São Pedro, lutando por suas candidatas.


Festas de Maria de Albino, França Adonias, Natália Ventura, Suzana Ventura, Tereza Torres, Jacinta de Simão, Biu Garra, Zefinha Malta, Luzia do Correio, de Zilda Oliveira, senhoras que deixavam suas casas, seus afazeres e dedicavam-se inteiramente aos trabalhos das barracas, das comissões, dos leilões, animados pela banda de pífanos comandada pelo velho Floro da Goiabeira.


Festas das quadrilhas, e dos cocos dançados no pavilhão do meio da rua; festas dos leilões gritados por Florentino Beijarás que mandava os arrematadores tomarem torrado na beira do rio.


Festas dos casamentos matutos, em carros de bois, dos bailes, de coroação da Rainha no Salão Grande do padre. Festas de São Pedro do carrossel de Joaquim de Fonte, da Onda de Juvino Felipe, do carrossel de cavalinho, Festas animadas pela banda de Zé Gongô,

Festas do pastoril de Julieta Malta e Antônia de Josué, como os cordões encarnado e azul, festas das bonitas procissões de encerramento com a imagem de São Pedro, o Padroeiro, onde uma multidão de fiéis acompanhava numa verdadeira demonstração de fé e homenagem ao porteiro do céu.


Festas em que as rendas eram entregues totalmente ao padre João Leite para a construção da Igreja Matriz, templo majestoso, hoje concluído com um porte de um símbolo de fé e de catolicismo de sua gente.


As festas dos meus tempos, das minhas recordações...


(Próximo número continuaremos as nossas lembranças do Itapetim antigo).