Há poucos instantes,
Vivi Pedrosa partiu em busca da vida eterna nas paragens celestias, sob a orientação
do Pai Eterno. Que lhe sejam abertas as portas da mansão divina e possa
reencontrar o amor da sua vida, Rodolfo Pedrosa, a quem se uniu um dia em
matrimônio, perante o altar e a sociedade.
Diante da páscoa de
Vivi Pedrosa, lembro do poema A
MORTE NÃO É NADA, de Santo Agostinho: “A
morte não é nada,/Eu somente passei/para o outro lado do caminho”...
Rua Nova, pequeno
distrito de Belém, onde dona Vivi viveu até hoje, certamente está triste e a
pranteia. O lugarejo sabe da importância dela enquanto em vida, quando recebia
a todos indistintamente, principalmente aos mais pobres.
Vêm-me novamente outros versos do sábio Agostinho: A vida significa tudo/o que ela
sempre significou,/o fio não foi cortado./Por que eu estaria fora/de seus pensamentos,/agora que estou apenas fora/de suas vistas?
Eu não estou longe,/apenas estou/ do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,/a vida continua, linda e bela/como sempre foi.
Você que aí ficou, siga em frente,/a vida continua, linda e bela/como sempre foi.
Foi realmente uma
mulher comprometida com a seriedade e decência, sempre apegada às suas raízes. Recebeu
ensinamentos dos seus pais nesse sentido e não os decepcionou, jamais.
As portas da sua
residência se fechavam apenas e tão somente nos momentos em que se recolhia
para o repouso noturno com a família. Era um refúgio àqueles que precisavam de
uma palavra de conforto ou da sua mão sempre estendida para o amparo cristão.
Perco uma irmã – sua mãe
irmã da minha e o seu pai irmão do meu – e sei que me fará muita falta, pois há
tempos era meu porto seguro onde aguardava a tempestade ter passado. Nela
sempre encontrei carinho, reconhecimento e braços estendidos ao abraço familiar.
Que descanse em paz a
sua alma enquanto nos fala através de Santo Agostinho: Vocês continuam vivendo/no
mundo das criaturas,/eu estou vivendo/no mundo do Criador.